terça-feira, 10 de maio de 2011

Rascunho Hematologia: mielodisplasias, Mieloma múltiplo.

Síndrome Mielodisplásica – mielodisplasia.
Diagnóstico extremamente difícil de fazer e difícil de tratar. Filão de estudos de novas drogas, ainda é incurável. É um estado pré-neoplásico. Não se tem proposta terapêutica eficaz. Diagnóstico de exclusão. Anemia que cursa com pequena macrocitose. Hemoglobina de 8 a 9. VCM de até 110.
Os sintomas dependem da clínica da anemia.
Anemia Aplástica:
Estado de pancitopenia associado a biópsia de MO acelular ou hipocelular, contendo menos de 25% do espaço medular com células hematopoiéticas. Anemia, plaquetopenia e leucopenia.
Em metade dos pacientes a etiologia é desconhecida. A outra metade é devido a fatores agressores.
O tratamento é o transplante, não tem o que fazer. Pode-se usar imunossupressor, mas nem sempre responde. Existem vários graus de aplasia da medula. Aos de citopenia moderada nem sempre é indicado o transplante.
Clínica: pancitopenia (febre, sangramento, palidez).
Alterações: polegar anômalo ou ausência de polegares, nanismo, microcefalia, anomalias renais. Doença de Falconi. No Brasil, está em Curitiba o centro de transplante para essa doença.
Doença do adulto jovem e criança (por volta dos 7 anos), raro em idoso.
Mieloma Múltiplo:
A célula doente é o linfócito B ativado. É uma doença de plasmócito. Origem linfóide.
Doenças de células plasmáticas:
I - Gamopatia Monoclonal de Significado indeterminado (GMSI).
II – Gamopatias Monoclonais Malignas:
...
Definição: expansão clonal de plasmócitos malignos na medula óssea.
Incidência de 1% de todas as neoplasias humanas.
10% das neoplasias hematológicas.
A tendência é acometer indivíduos cada vez mais jovens.
Fatores genéticos e ambientais atuam no desenvolvimento do câncer. A radiação e agentes químicos ainda não estão bem documentados. A estimulação antigênica crônica poderia determinar a duplicação de um clone. O HHV8 está cada vez mais relacionado.
A transformação maligna do plasmócito acontece com início na imortalização dos plasmócitos e alguns eventos oncogênicos adicionais com proliferação celular e resistência a apoptose. Começa então a proliferação dos plasmócitos, hematopoese insuficiente (principalmente anemia), há produção de imunoglobulina monoclonal (hiperparaproteinemia) e ativação de osteoclastos (lesões osteolíticas).
Muita proteína no sangue o deixa muito viscoso, causando problemas nervosos e nos rins. Lesões osteolíticas características.
A imunoglobulina é composta pelas cadeias leves e pesada. Quando há um tipo aumentado como no mieloma, a IGG é a mais comum, mas é monoclonal. Além disso, há plasmócito que produzem apenas a cadeia leve: capa ou lambda.
Manifestações clínicas: infiltração da MO com anemia, leucopenia e plaquetopenia. O sangue vira gelatina quando fica em repouso, pela grande quantidade de proteína: hiperproteinemia. Um AVC isquêmico pode ser a primeira manifestação do mieloma. Hipogamaglobulinemia pela diminuição de Igs não envolvidas em infecção. Pode ocorrer fratura espontânea patológica pelo aumento da atividade osteoclástica. A principal manifestação é a dor crônica.
A hipercalcemia causa lentidão, sonolência, constipação, letargia. Pelo achatamento de vértebras pode haver compressão de raízes nervosas. O emagrecimento, febre e inapetência dependem do tempo de evolução.
Comprometimento renal: a metade vai sofrer de IR. Além disso, há hipercalcemia e excesso de ácido úrico.
O rim sofre dano crônico. As cadeis leves são pequenas e são filtradas, dando proteinúria de Bence Jones. Nos túbulos as cadeias leves podem ser reabsorvidas. Na fase avançada eles se acumulam no interior dos túbulos.
Hipercalcemia: atividade osteoclástica aumentada, imobilidade do paciente. Piora o rim no mieloma.
Quadro laboratorial: insuficiência medular: anemia e pancitopenia. Elevado turn-over celular.
Hiperparaproteinemia: As hemácias ficam empilhadas, se chama fenômeno de Rouleaus. As proteínas se juntam e dão o empilhamento.
A presença da proteína monoclonal é determinada por eletroforese de proteína. É para saber qual proteína se tem. O padrão clássico é pico de albumina e outras globulinas: alfa 1, alfa 2, beta e gama. O laboratório manda o traçado. Em chifre de boi, igreja... O formato do traçado se altera. O aumento de proteína policlonal tem base larga. A proteína monoclonal dá picos no traçado. Nesse caso de picos no traçado pede-se a imunoeletroforese e verifica-se qual proteína está aumentada.
Azotemia, cálcio, pico monoclonal, aumento de imunoglobulinas séricas (apenas uma), aumento de beta 2 microglobulina, quanto mais aumentada pior o diagnóstico da doença.
DHL pode ou não estar aumentada, proteinúria de 24 horas (da proteína que está aumentada), proteinúria de Bence Jones.
Exames de imagem: lesão lítica de saca-bocado ou sal-pimenta. Mais comuns em ossos chatos e longos de sustentação: úmero. Para o grau de comprometimento da doença pede se radiografia de corpo inteiro.
Plasmocitoma solitário:
Tumor único de plasmócitos, faz-se na ausência de critérios diagnósticos para MM. Pequena quantidade ou ausência de paraproteína após RT. Medula óssea com menos de 10% de plasmócitos. Existe o risco de transformação do plasmocitoma em mieloma. São dois nuances da mesma doença.
Gamopatia monoclonal de origem indeterminada: (GMOI).
Gamopatia monoclonal. Ausência de sintomas de anemia, hipercalcemia e insuficiência renal.
Critérios diagnósticos para exclusão do mieloma múltiplo.
Critérios maiores e menores. O diagnóstico requer um critério maior e um menor ou três critérios menores.
O estadiamento nos diz o tempo de sobrevida e o tratamento mais ou menos agressivo. Existe a classificação I, II e III e A ou B na subclassificação.
Tipos de paraproteína: IgG, IgM, IgA, IgD, IgE, cadeias leves, MM não-secretor.
Tratamento quimioterápico: se não visa a cura, trata-se os sintomas. Premissa para tudo. Nem todos os pacientes devem ser tratados. Avalia-se o paciente a cada 2 ou 3 meses. A quimioterapia é o único tratamento, mas incurável.
Esquemas: melfalano e prednisona, VAD e Bortezomid. O transplante é a única chance de aumentar a sobrevida sem a doença. Para pacientes com menos de 65 anos e sem insuficiência renal, Transplante autólogo. O alogênico tem pouca resposta no mieloma. A radioterapia é indicada para doença localizada. E pode ser paliativa antálgica. Não consolida fratura.
Talidomida: bastante usada, fácil barata e acessível. Tem sua eficácia. Droga pré transplante. Não usa em idade fértil, comumente. É teratogênica, por inibir a formação de vasos. Outro fator limitante são as enzimas hepáticas. O melhor momento para usá-la é no momento do diagnóstico ou no paciente refratário. Efeitos colaterais: sedação, constipação, rash cutâneo, fadiga, neuropatia periférica, edema de membros inferiores, TVP (principalmente se associada a antracíclicos).
Tratamento das infecções: importante causa de morte. Profilaxia com bactrim e fluconazol. Vacina antipneumocóccica.
Hipercalcemia: 40% dos pacientes ao diagnóstico. Sintomas: anorexia, náuseas, vômitos, poliúria, polidipsia, obstipação, fraqueza... TTo: hidratação, prednisona, diuréticos de alça, pamidronato, calcitonina.
Evoluçao: incurável, tratamento de controle. Sobrevida de 25 a 30% em 5 anos. TMO: potencial de cura.
Transplante de células-tronco autólogas e alogênicas: aumenta sobrevida, no transplante autólogo a média da resposta e de 24-36 meses. Sobrevida geral de 30% em 4 anos, 50% de mortalidade.

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